Catarse(...)1. Purgação, purificação, limpeza. (...) 3.Psicol. Efeito salutar provocado pela conscientização de uma lembrança fortemente emocional e/ou traumatizante, até então reprimida. 4. O efeito moral e purificador da tragédia clássica, conceituado por Aristóteles, cujas situações dramáticas, (...), trazem à tona o sentimento de terror e piedade dos espectadores, proporcionando-lhes o alívio, ou purgação, desses sentimentos.(...) Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (1986)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Nova infância

A menina vivia naquela cidade há alguns anos. Foi acompanhar seu pai, que decidira mudar de vida e investir em novos empreendimentos.

Em seguida, mudou-se também a sua mãe. Desde então, apesar de viverem em endereços diferentes, moravam na mesma cidade.

A menina era muito feliz e encontrara uma enriquecedora diversidade de amigos. Isso sempre foi motivo de orgulho para aquela menina que não tinha irmãos.

Aprendeu a viver a uma certa distância do restante da família. Ela supunha saudável esse afastamento, porque aprendera em textos de psicologia que o convívio familiar fortalece papéis os quais se pretende alterar.

A menina sentiu na pele essa dicotomia. A importância de ter uma família que afaga, que protege, que alimenta a alma de amor fraternal. E a necessidade de se romper paradigmas, de se recriar, de redescobrir-se.

Ela já não era tão menina, nem tão moça. Mas aprendera que as contradições são inerentes à vida, ao se humano, ao amor. E que a distancia lhe doía, mas lhe permitia uma euforia única quando a vida lhe oferecia os reencontros.

E nesses momentos curtos e intensos com a sua grande e tumultuada família, ela podia ser apenas aquela menina...

2 comentários:

Manuela Camisasca disse...

Ooowwwmmm doce menina... Da vontade de apertar, beijar e levar p casa.

Paulo Rená da Silva Santarém disse...

Evitar a família pode ser uma forma de tentar evitar um pedaço de si mesmo, exatamente aquele pedaço de que não se gosta, provavelmente pela turbulência que ele representa.
Ter um ambiente para escapar, sem deixar de ser você mesmo, no qual se deixa esse pedaço de lado, mas de alguma forma ele ainda está ali, porque representado por outras pessoas, também da família, é sempre confortável.