Catarse(...)1. Purgação, purificação, limpeza. (...) 3.Psicol. Efeito salutar provocado pela conscientização de uma lembrança fortemente emocional e/ou traumatizante, até então reprimida. 4. O efeito moral e purificador da tragédia clássica, conceituado por Aristóteles, cujas situações dramáticas, (...), trazem à tona o sentimento de terror e piedade dos espectadores, proporcionando-lhes o alívio, ou purgação, desses sentimentos.(...) Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (1986)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Eu me lembro bem dos seus olhos. Eles eram de alguma cor amendoada. Aliás, não só a cor, mas seus contornos também o eram. Assim, como duas amêndoas que refinavam o restante do rosto que era bem rústico.

Ele nunca foi um sujeito de traços belos. Era encantador como um todo. Tinha aquele tipo de charme que não se sabe de onde vem. Talvez fosse o seu descompromisso com o belo. Aquela elegância de quem está bem consigo. Mesmo que seja uma bela bravata.

A aparência de estar-se bem consigo, quando não se torna um exibicionismo ridículo, pode ser um jeito bem interessante de se atrair o outro. Deve ser porque é algo que se deseja por aí. Quem não busca sentir-se bem com a própria companhia?! A fantasia de que o outro detém aquilo que precisamos é o que nos atrai, nessa busca de alguma completude.

Eu fantasio isso naqueles olhos. Aquelas amêndoas descompromissadas. Aquela doçura discreta, entremeada em um semblante que não é propriamente embrutecido, mas também não se deixa dizer o que é. Não é doce. Não é amargo. Apenas elegante. Amendoado.

5 comentários:

Anônimo disse...

testada

Fabio Catelli disse...

Profundo isso. Realmente, buscamos isso nos outros, sim. " A fantasia de que o outro detem aquilo de que precisamos...". No comeco, idealizamos, ou fantasiamos, tudo aquilo que nao conhecemos do outro. Lindo comeco Ana, parabens.

Anônimo disse...

Quando abri o seu blogspot senti um reconhecimento que há muito buscava e não sabia como encontrar . Lembrei de um filme cuja cena me fez esperar não ser a primeira a postar um comentário.Mais tarde falaremos disso com detalhes. Gostei do jeito gostoso que vc fala de si mesma.

Leila Viana disse...

Ana, hoje li em um texto que estar apaixonado é a nossa necessidade de existir no outro. Era mais ou menos isso...lembrei agora que li seu texto. Gosto muito das coisas que escreve. Ainda não me adcionei como seguidora porque está dando erro. Beijos. Leila

Ana Cabral disse...

Oi Fábio! Pois é! Só lamento que as pessoas não estejam aqui para atender a nossas espectativas e corresponder às nossas fantasias... kkkkkk... Realmente é uma pena!rss..

Anônimo (Mãe), não se importe com os filmes, deixe seus comentários quando quiser.São bem vindos!

Leila! Que bom que gosta! Eu também adoro os seus! Mas ainda estou enferrujada com as palavras... aos poucos, vou me soltando. Bjs.